
Há muito tempo não víamos nada parecido com isso. "Mulheres Apaixonadas", uma reprise exibida no meio das tardes da Globo, tornou-se nada menos que a vice-campeã de audiência dos folhetins, não só da emissora como do Brasil.
A justificativa para isso, no entanto, é muito simples: a qualidade das novelas das seis e das sete está em queda total. Falta trama, tanto em "Negócio da China" como em "Três Irmãs". O que mais impressiona é que, mesmo contando em seu cast com autores como Sílvio de Abreu, Gilberto Braga e Aguinaldo Silva, entre outros, hoje sem nenhuma novela no ar, a Globo não escala nenhum deles para um trabalho nestes dois horários. Uma novela assinada por um autor de talento como Gilberto Braga, por exemplo, seria um tiro de misericórdia. Teria uma chance imensa de resolver o maior problema que hoje assola a emissora: a baixa audiência às seis e às sete horas.
O que resta saber é por que, afinal, isso não acontece. É considerável que a Globo tem outros autores para assinar novelas nesses horários, como Carlos Lombardi, Andréia Maltarolli, Walcyr Carrasco, Miguel Falabella. O grupo de novelistas que compõem o horário das oito é muito seleto e praticamente intocável. A última inclusão foi há pouco tempo, com a entrada de João Emanuel Carneiro, ex-titular das sete e autor de "A Favorita".
Mulheres Apaixonadas como segunda novela da Globo não é algo normal, isso é fato. Mas deve-se levar em conta o talento incomparável de Manoel Carlos para escrever uma novela. Seu texto e a trama que ele consegue construir são absolutamente envolventes e cativantes. Além disso, a "novela da tarde" tem um elenco de peso, digamos, "mórbido". O título de vice pode parecer estranho devido ao horário, mas não deixemos margem: não se deve à novela.
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