sábado, 18 de julho de 2009

QUALIDADE FAZ DIFERENÇA







Há quatro meses atrás, a situação das novelas da Globo estava num nível crítico: "Negócio da China" e "Três Irmãs", novelas que prometeram chegar para arrebentar, corriam, respectivamente, em torno de 20 e 25 pontos, ibopes baixíssimos para seus horários. Cada vez mais as duas tramas patinavam na audiência e na pouquíssima história que tinham para contar.

Ambas foram encurtadas. "Negócio da China" ficou no ar durante apenas cinco meses, enquanto que "Três Irmãs" conseguiu durar sete. Para muitos, suas substitutas deveriam dar continuidade à situação drástica, mas o que se vê atualmente é simplesmente muito inusitado, para dizer o mînimo: a superação das novelas da Globo simplesmente salta aos olhos de críticos e telespectadores.

"Paraíso" é a atual novela das seis. É um remake da trama que fez sucesso no passado, de autoria de Benedito Ruy Barbosa, e já de cara dava a impressão de fiasco; muitos diziam que, para recuperar o horário das seis, a Globo tinha que inovar, trazer novelas com ar de novidade, e não um remake. Mas a emissora insistiu na adaptação da novela, feita pelas filhas do autor e com auxílio dele próprio, e o resultado é simplesmente surpreendente: "Paraíso" já chegou aos 30 pontos de média por várias vezes, e quando vai mal, dá 26. "Negócio da China" não consegiu chegar a essa média nem mesmo em seu último capítulo.

Enquanto isso, "Caras & Bocas" surpreende da mesma forma. Walcyr Carrasco, talentoso como ele só, decidiu pesar as doses de comédia e o resultado é gritante: médias que chegam a superar em dez pontos a sua antecessora. É uma novela que dá gosto assistir, um achado que recuperou o horário das sete de uma maneira absolutamente louvável.

E qual é a fórmula? Magia?

Não. Pegar emprestada a varinha de condão de Harry Potter passa longe de ser necessário.

Basta acrescentar um ingrediente crucial à mistura:

Qualidade.

E as duas novelas, pode-se dizer com absoluta certeza, pesam muito isso. Conseguem levar uma história interessante ao público e fazê-lo desprezar as grades aéreas da concorrentes. Porque no final das contas, não adianta: a única rede que mantém seus programas sempre num horário certo, para que o público possa encontrá-lo, é a Rede Globo, e se ela levar um bom produto ao ar, as pessoas se interessarão. Parece que, depois de passar por maus bocados, a emissora aprendeu mais esta lição para torná-la ainda melhor.

E quem mais ganha, claro, somos nós.

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