SBT EM FESTA

Ontem, o SBT estreou sua nova programação das tardes. Entraram no ar o novo "Casos de Família" e um "Programa do Ratinho" resgatado do início da década. Tudo muito popular, assim como a emissora anunciou que faria.

O "Casos de Família" foi um programa de muita qualidade enquanto apresentado pela jornalista Regina Volpato. Agora, o comando está nas mãos de Christina Rocha, e virou um verdadeiro telebarraco. Disseram que seria comparável ao programa da Márcia, mas olhando a fundo, a loira da Band está bem mais moderada. Bem, simplificando: ontem, entre quatro e meia e cinco e meia da tarde, a tela do SBT foi palco de um programa muito, mas muito "popularesco". Rolaram gritos, discussões, uma convidada saindo do estúdio após rir, e muito, de suas próprias "traquinagens". Entre os mais barraqueiros, pode-se tranquilamente incluir a apresentadora. O novo "Casos de Família" seguiu o exemplo de muitos outros programas da TV e mudou-se para o mundo-cão. Passa longe de parecer com o programa antigo, que ficou no ar até o fim de fevereiro.

Quanto ao Ratinho, esse sim voltou com tudo. Seu programa não deixou a desejar em nada quanto ao antigo, que concorria contra a novela das oito. Havia o fantoche do Xaropinho, o boneco que sempre fez sucesso, o Sombra, a clássica reportagem de Madalena Bonfiglioli, enfim, os ingredientes que já deram certo há alguns anos. A língua do apresentador também retornou nova em folha: não deixou de ressaltar que estava na vice-liderança de audiência, e ainda por cima, chegou a dizer: "Vão falar que isso é baixaria. Baixaria é no programa do Datena".

Onde a baixaria é mais explícita eu não sei, mas a estratégia do SBT deu certo. Os dois programas marcaram oito pontos de média e mantiveram a emissora dos Abravanel no segundo lugar absoluto. Provavelmente, as duas maiores audiências do dia na emissora.

É difícil dizer quais serão as jogadas da Record e da Band para segurar estes dois furacões. Mas alguma coisa deverá ser feita. Enquanto a rede da Barra Funda mergulha numa crise em seu setor de dramaturgia, o SBT inaugura dois programas de altos índices. A média-dia agradece.

Se essa situação vai permanecer ou se foi somente a euforia da estreia, o tempo dirá. Mas já dá para preocupar a concorrência. Afinal, o público gosta de ver atrações "populares", termo tão usado pela mídia para se referir aos novos programas. O SBT, que não deixa de ser uma empresa, precisava fazer algo para impedir sua audiência de continuar descendo ladeira abaixo.

Parece, enfim, que uma das soluções foi encontrada.

Imagem: SBT