domingo, 28 de fevereiro de 2010

SAMBÃO LITERAL.

A transmissão do carnaval 2010, como não poderia deixar de ser, foi um dos assuntos mais comentados das últimas semanas. A Bandeirantes chamou muita atenção pelo despreparo. Quem gosta do carnaval de rua ficou horrorizado quando, na sexta-feira passada, o desfile das campeãs de São Paulo foi simplesmente cortado para dar lugar ao telejornal, e depois voltar ao ar. E isso foi só um mero exemplo. Para que insistir em chamar, por exemplo, a escola de samba Gaviões da Fiel de "Corinthians"? São coisas distintas, ora, uma escola de samba e um clube de futebol, embora sejam internamente ligados e o enredo da agremiação tenha tratado do centenário do maior time paulista. Isso mostra que quem estava comentando não entende nada de carnaval, e nem sequer deu-se ao trabalho de conhecer a quadra e o barracão da escola, locais que presenciam a luta que é colocar uma agremiação na avenida. Provavelmente, chamaram também a Mancha Verde de "Palmeiras", mas não posso afirmar com certeza, porque quando a agremiação ingressou no sambódromo, minha TV já estava desligada.

Quem comenta um desfile de carnaval tem que estar interado do dia-a-dia da escola de samba, saber de suas dificuldades e alegrias para poder passar estas informações ao telespectador. É complexo, mas é assim que deve ser. De nada adiantaria, por exemplo, colocar alguém que não entende nada de futebol para comentar uma partida do Paulistão. Ficaria um horror.

Se no ano que vem, a Band vai voltar a transmitir o carnaval, ainda não se sabe. Mas se voltar, esperamos ver algo diferente na TV. Nós e as dezenas de agremiações de Rio e São Paulo merecem esta consideração.

P.S.: Foi louvável a tentativa da Globo de alterar o esquema de transmissão dos seus desfiles. A emissora está cada vez mais profissional, se é que isso é possível.



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